Efeito do relato integrado no fluxo de caixa operacional futuro de empresas listadas na B3

Felipe Póvoas Chaves, Marconi Silva Miranda, Raquel Berger Deorce, Anderson Oliveira Reis

Resumo


No intuito de divulgar voluntariamente informações que evidenciem por completo a organização, as empresas têm adotado o Relato Integrado (RI). A literatura aponta que o RI traz uma abordagem com mais qualidade aos relatórios coorporativos, compreendendo informações (financeiras, gerenciais e de sustentabilidade) associadas a benefícios econômicos com aumento de fluxo de caixa operacional. Por outro lado, tem-se o Fluxo de Caixa (FC), relatório financeiro obrigatório, que auxilia o gestor a compreender as mudanças nas contas de caixa e equivalentes de caixa de uma entidade, em um determinado período, classificando tais fluxos de caixa em atividades operacionais (FCO), de investimento (FCI) e de financiamento (FCF). Neste contexto, este trabalho teve como objetivo investigar se existe alguma relação entre o fluxo de caixa operacional das empresas e o relato integrado. Como procedimento metodológico, usou-se modelos de regressão para dados em painel, com amplitude temporal variando entre os anos de 2014 e 2022. Os principais resultados indicaram que os efeitos do Relato Integrado sobre o Fluxo de Caixa Operacional Futuro das empresas são negativos, o que diminui a confiabilidade das informações e afeta a percepção e valorização do RI pelos investidores.

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